Conheça a luta pela profissionalização do Técnico em Hemoterapia

Em 17 de abril se celebra o Dia Mundial da Hemofilia, caracterizada pelo Ministério da Saúde como doença hemorrágica genética, a partir da deficiência de coagulação no sangue, e que tem maior incidência entre os homens. 

O objetivo da data é incentivar todos a se envolverem para ajudar a aumentar a conscientização sobre os distúrbios hemorrágicos herdados e a necessidade de tornar possível o acesso a cuidados adequados em todo o mundo. O Ministério da Saúde orienta que o diagnóstico seja realizado precocemente para que os pacientes sejam tratados adequadamente o mais cedo possível. Aquelas pessoas já acometidas pelas formas grave e moderada da doença apresentam sangramentos desde a infância. 

Um dos profissionais capacitados para realizar o tratamento da doença é o Técnico em Hemoterapia. Como prescrito pelo Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, estes profissionais de nível médio participam das equipes de saúde em postos de trabalhos diretamente relacionados ao desenvolvimento de atividades hemoterápicas.  

Atuam sob a supervisão de um profissional de nível superior e podem realizar processos de recepção, captação e pré-triagem clínica de doadores de sangue. Estão aptos também para a coleta, recepção, preparo e processamento de amostras biológicas sanguíneas, provas sorológicas e imunohematológicas. Desenvolvem procedimentos técnicos assistenciais em serviços e unidades de hemoterapia e realizam procedimentos de infusão de hemocomponentes e derivados. 

Conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), o Técnico em Hemoterapia deve trabalhar sempre de acordo com as normas e procedimentos técnicos de boas práticas, qualidade e biossegurança, e mobilizar capacidades de comunicação oral e escrita para efetuar registros, dialogar com a equipe de trabalho e orientar pacientes e doadores. 

Apesar de ter extrema importância na Saúde, estes trabalhadores lidam com a desvalorização da classe, como verificamos na ausência de profissionalização, visto que o Conselho Nacional de Educação (CNE) regulamentou a formação, mas ainda não há exigência real desse curso técnico para o exercício da atividade. 

Outro fator que dificulta a profissionalização é a falta de uma entidade que os represente. Como descrito pelo Observatório dos Técnicos em Saúde (OTS), eles não possuem leis ou instâncias reguladoras de suas atividades. 

O OTS espera que a data de hoje colabore para a mobilização dos técnicos em hemoterapia em prol da valorização profissional. 

 

Texto: Nayara Oliveira*. Imagem: Rovena Rosa / Agência Brasil.

*Estagiária, sob supervisão de Paulo Schueler.