
Em 9 de junho se celebra o Dia Nacional da Imunização. A data tem o objetivo de alertar sobre a necessidade de manter as vacinas em dia, garantindo a proteção individual e coletiva contra diversas doenças.
Um dos maiores patrimônios do Sistema Único de Saúde (SUS), o Programa Nacional de Imunizações (PNI) é um dos maiores do mundo. Instituído em 1973, “é responsável por elaborar a política de vacinação do Brasil, desde a compra das vacinas de rotina até a definição do público que será imunizado.”
O programa de imunizações brasileiro oferece, de forma gratuita pelo SUS, mais de 20 imunizantes para diversas doenças, sendo 17 vacinas para crianças, sete para adolescentes, cinco para adultos e idosos e três para gestantes. Todas fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação, documento que estabelece a aplicação das vacinas de rotina para cada fase da vida.
Desde a sua criação “o PNI é responsável pela Política Nacional de Imunizações que visa reduzir a transmissão de doenças imunopreveníveis, ocorrência de casos graves e óbitos, com fortalecimento de ações integradas de vigilância em saúde para promoção, proteção e prevenção em saúde da população brasileira.”
O Brasil ainda enfrenta a baixa cobertura vacinal para algumas de suas vacinas. No Rio de Janeiro, por exemplo, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) emitiu alerta para o aumento de casos associados à Influenza (H1N1) e a baixa cobertura vacinal no estado, que atingiu apenas 17,5% do público-alvo.
Segundo dados do Centro de Inteligência em Saúde (CIS-RJ), até o dia 23 de maio deste ano, foram notificadas 6.068 internações e 468 óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em todo o estado.
Além disso, em 2024, a Fiocruz, através de boletim divulgado pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância – Fiocruz/Unifase), alertou para a baixa procura pela vacina da Covid-19 em crianças e adolescentes, que está associada à continuidade da mortalidade pela doença, como alerta o documento.
O Ministério da Saúde criou uma iniciativa a fim de reverter este quadro. Em 2023 um microplanejamento, metodologia elaborada pela Organização Panamericana de Saúde (Opas), que ensina os municípios a usarem as estratégias mais eficientes para suas realidades. Para estas ações, a pasta destinou R$150 milhões aos estados e municípios no ano inicial.
Os profissionais técnicos em saúde têm participação decisiva na retomada da alta taxa de cobertura vacinal, dentro e fora dos equipamentos do SUS, neste caso, especialmente o Técnico em Imunobiológicos. Apesar de exercer atividades fundamentais na área da saúde, se encontra em situações precarizadas de trabalho.
Este profissional realiza atividades laboratoriais na produção de imunobiológicos (como medicamentos e vacinas), no estudo de doenças infecciosas causadas por microrganismos e em outros experimentos de biotecnologia – especialmente os relacionados à área de saúde -, sob supervisão de profissionais de nível superior.
Efetua análise de substâncias e compostos biológicos, análise microbiológica, e análise química. Providencia material aplicado à biotecnologia e faz o preparo de meios de cultura, soluções e reagentes. Desenvolve culturas e marcadores moleculares.
Controla a qualidade de insumos. Faz manutenção de equipamentos de laboratório. Pode auxiliar na criação de animais, para experimentos científicos. Cumpre legislação, procedimentos de biossegurança e bioética, normas técnicas, normas de qualidade e normas regulamentadoras de saúde e segurança no trabalho e de preservação ambiental.
Nas salas de vacinação, técnicos e auxiliares de enfermagem aplicam vacinas. Também são trabalhadores técnicos que registram as doses aplicadas nos sistemas de informação do SUS, permitindo o acompanhamento da cobertura e subsidiando ações focadas no atendimento aos bolsões de não-vacinados.
O Observatório dos Técnicos em Saúde (OTS), espera que os objetivos da campanha anual sejam alcançados, e que os profissionais técnicos sejam devidamente reconhecidos pela importância de seu trabalho.
Texto: Nayara Oliveira*. Imagem: Paulo Pinto / Agência Brasil.
*Estagiária, sob supervisão de Paulo Schueler.