Os técnicos em Saúde e o combate às meningites

Em 24 de abril se comemora o Dia Mundial de Combate à Meningite, data criada para conscientizar a população sobre a doença e a importância de prevenir, diagnosticar e tratar da mesma. 

Como descrito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a meningite é uma inflamação das meninges, nome dado às membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. A doença pode ser desencadeada por vários tipos de agentes, sendo os principais, vírus e bactérias.  

No Brasil, a meningite é considerada uma doença endêmica, ou seja, casos são esperados ao longo de todo o ano, sendo mais comum a ocorrência das meningites bacterianas no inverno; e das virais, no verão. A meningite bacteriana é a mais frequente no país. 

Trata-se de uma doença grave, que envolve o sistema nervoso central e pode levar à morte. A meningite atinge pessoas de todas as idades, sendo as crianças menores de cinco anos, adolescentes e idosos normalmente os mais afetados. 

Esta doença desencadeou uma das maiores crises de saúde pública do Brasil na década de 1970, quando uma epidemia de meningite meningocócica somou 67 mil casos entre 1971 e 1976, sendo 40 mil apenas no Estado de São Paulo. 

O problema foi impulsionado pela ditadura militar, que censurou as informações da crise sanitária para a população. Foi no bojo desta crise que se criou o Programa Nacional de Imunizações (PINI), em 1973; e se organizou a produção nacional da vacina contra a doença no laboratório público da Fiocruz. 

A produção nacional começou a chegar aos brasileiros em 1977, ano em que os casos se normalizaram, em parte pela vacinação e em parte pelo grande número de infectados pela bactéria. Hoje, a meningite meningocócica é considerada uma doença controlada pela vacinação. 

Mesmo assim, a queda da cobertura vacinal gera alertas, visto que as diferentes cepas que causam a doença (A, B, C, W, Y...) ainda circulam. Em 2021, o país registrou a menor taxa de vacinação da última década, com 75% de cobertura. 

O enfrentamento à meningite conta com a participação decisiva dos técnicos em saúde, dentro e fora dos equipamentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias podem identificar casos suspeitos, técnicos e auxiliares de Análises Clínicas manipulam as amostras que confirmaram ou não os casos suspeitos, bem como os técnicos e auxiliares de Enfermagem, que realizam o manejo clínico, caso os casos sejam confirmados. Em salas de vacinação, a aplicação das doses também pode ser feita por estes técnicos e auxiliares de enfermagem.  

Parabéns a estes profissionais por seu trabalho colaborar para o controle das meningites. 

 

Texto: Nayara Oliveira*. Imagem: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil.

*Estagiária, sob supervisão de Paulo Schueler.