
A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) lançou o site Trabalho na APS, fruto da pesquisa "Desafios do Trabalho na Atenção Primária à Saúde na Perspectiva da(os) Trabalhadoras(es), coordenada pela professora-pesquisadora da EPSJV, Márcia Valéria Morosini; junto com as coordenadoras adjuntas Márcia Teixeira (ENSP/Fiocruz) e Isabella Koster (Lateps/EPSJV); e que inclui a participação de pesquisadores da Fiocruz e de pesquisadores que são trabalhadores da saúde nos municípios participantes da pesquisa.
A pesquisa enfoca o trabalho na APS em cinco capitais brasileiras: Rio de Janeiro (RJ), Recife (PE), Salvador (BA), Palmas (TO) e Porto Alegre (RS), abordando as condições e as relações de trabalho, em especial as mudanças relacionadas à Política Nacional de Atenção Básica, lançada em 2017, e à pandemia de Covid-19. Foram realizadas entrevistas com as trabalhadoras e os trabalhadores atuantes na APS nesses municípios e foram analisados dados sobre o quantitativo, tipos de equipe e sua composição, assim como as modalidades de contratação.
O projeto foi financiado pelo Programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão à Saúde (PMA), desenvolvido pela Vice-Presidência de Pesquisa e Coleções Biológicas (VPPCB) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que prioriza a disseminação científica como um processo colaborativo de produção e compartilhamento do conhecimento científico e pesquisas voltadas para a realidade do SUS.
O site Trabalho na APS é o espaço principal de divulgação do conhecimento produzido coletivamente na pesquisa e traz um mapa interativo, glossário eletrônico, boletins e as webséries “Desafios do trabalho na Atenção Primária à Saúde” e “Trajetórias na APS” . Lá encontram-se também mais informações sobre a pesquisa e quem a realizou.
Conheça as seções do site
O Mapa Interativo foi desenvolvido pela ferramenta do Google Maps, com a localização e dados sobre as unidades básicas de saúde dos municípios estudados disponíveis em cada ponto marcado do mapa. Os dados disponibilizados são: nome e endereço da unidade e quantitativo de equipes de Saúde da Família e de equipes de Atenção Primária à Saúde.
O Glossário Eletrônico reúne verbetes que apoiam a compreensão da realidade do trabalho na Atenção Primária à Saúde brasileira. Cada verbete é acessado por meio de um parágrafo síntese da definição do termo, seguido de um link para o acesso ao texto na íntegra. O texto completo contém informações sobre o assunto que o termo designa, de modo contextualizado, em perspectiva histórica e particularizado na realidade brasileira, especificamente na área da saúde.
Inicialmente, estão disponíveis os verbetes "Empreendedorismo no Brasil", "Precarização do trabalho", "Reestruturação produtiva", "Taylorismo", "Trabalho", "Trabalho e gênero: a precarização inscrita no feminino" e "Trabalho informal". Outros verbetes serão desenvolvidos e publicados no Glossário.
Em Boletins, estão disponíveis dois documentos - "Desafios do Trabalho na Atenção Primária à Saúde na Perspectiva dos Trabalhadores" e "Configurações do Trabalho na Atenção Primária: Modalidades de Contratação”, além de Nota Metodológica sobre este último.
Estas publicações divulgam análises de dados quantitativos sobre o trabalho na APS nos cinco municípios citados. Foram consultados, principalmente, o Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES); os Portais de Transparência dos estados e municípios participantes da pesquisa; o e-Gestor Atenção Básica.
A websérie Desafios do trabalho na Atenção Primária à Saúde apresenta um conjunto de episódios sobre temáticas relevantes para a compreensão do contexto do trabalho na APS e conta com relatos e reflexões das trabalhadoras e dos trabalhadores que foram registrados pela equipe da pesquisa. Os temas abordados foram: Precarização do trabalho, Insurgência, Racismo, Gênero e Saúde na APS.
Por fim, a websérie Trajetórias na APS é composta por episódios que apresentam a trajetória de cinco trabalhadoras e trabalhadores na Atenção Primária à Saúde: Carolina Krieger, do Comitê Democrático Popular em Defesa do SUS e Contra as Terceirizações (Porto Alegre); Lília Cordeiro, do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador; Tiana Brum, do Conselho Municipal de Saúde de Porto Alegre; Luiz Augusto Facchini, da Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde da Abrasco; e Wagner Souza, do Sindicato dos Agentes Comunitário de Saúde do Município do Rio de Janeiro. “São depoimentos importantes que revelam o comprometimento dessas pessoas com a APS e com o SUS, os desafios enfrentados e a luta cotidiana para realizar a saúde como um direito coletivo”, diz Márcia Valéria.
Jornalista: Paulo Schueler