A importância do trabalho técnico no combate à diabetes

Em 14 de novembro se comemora o Dia Mundial do Diabetes, criado em 1991 pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Federação Internacional de Diabetes (IDF) com o objetivo de reforçar a conscientização a respeito da doença, principalmente para evidenciar a importância da prevenção.  

Para tratar o diabetes, o SUS oferece medicamentos de graça, financiados pelo Ministério da Saúde e liberados nas farmácias credenciadas. Além disso, os pacientes são acompanhados pela Atenção Primária à Saúde (APS) e a obtenção do medicamento para o tratamento tem sido fundamental para reduzir os desfechos mais graves da doença. 

Desta forma, os doentes têm assegurado gratuitamente o tratamento integral no SUS, que fornece à população as insulinas humanas NPH – suspensão injetável 1 e insulina humana regular, além de outros três medicamentos que ajudam a controlar o índice de glicose no sangue: Glibenclamida, Metformida e Glicazida. 

Em março de 2017, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS - Conitec incorporou duas novas tecnologias para o tratamento. A caneta para injeção de insulina, para proporcionar a melhor comodidade na aplicação, facilidade de transporte, armazenamento e manuseio e maior assertividade no ajuste da dosagem, e a insulina análoga de ação rápida, que foram feitas para modificar a maneira como as insulinas agem no organismo humano, especialmente em relação ao tempo para início de ação e duração do efeito. 

Para os que já são diagnosticados, o sistema oferta gratuitamente, já na atenção primária, atenção integral e gratuita, desenvolvendo ações de prevenção, detecção, controle e tratamento medicamentoso, inclusive com insulinas. 

Para monitoramento do índice glicêmico, também está disponível nas Unidades Básicas de Saúde reagentes e seringas. O Programa Farmácia Popular, parceria do Ministério da Saúde com mais de 34 mil farmácias privadas em todo o país, também distribui medicamentos gratuitos, entre eles o cloridrato de metformina, glibenclamida e insulinas. 

O trabalho dos técnicos

Os profissionais técnicos em saúde têm um papel fundamental no tratamento e prevenção do diabetes dentro do SUS, atuando de forma integrada com equipes multiprofissionais na APS, em hospitais e em unidades especializadas. 

Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) realizam visitas domiciliares, orientando sobre alimentação saudável, prática de atividades físicas e adesão ao acompanhamento médico, além de identificar precocemente pessoas com fatores de risco. 

Técnicos de Enfermagem participam de campanhas educativas, ações de rastreamento e incentivam a adesão ao tratamento e às consultas regulares; técnicos em Nutrição e Dietética colaboram na orientação alimentar, elaborando cardápios saudáveis e adaptados às necessidades dos pacientes; técnicos em Saúde Bucal alertam para os cuidados orais, já que o diabetes pode causar complicações na saúde da boca. 

Técnicos de Laboratório realizam exames bioquímicos, como dosagem de glicose e hemoglobina glicada, fundamentais para o diagnóstico e controle da doença; técnicos em Farmácia orientam sobre o uso correto dos medicamentos e o armazenamento adequado da insulina. 

Esses profissionais trabalham de forma articulada com enfermeiros, médicos, nutricionistas e outros membros da equipe de saúde, garantindo acolhimento, educação em saúde e cuidado contínuo. Sua atuação fortalece a atenção integral ao paciente com diabetes, reduzindo complicações e melhorando a qualidade de vida. 

A doença

Segundo o Ministério da Saúde, Diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo.  A insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-a em energia para manutenção das células do nosso organismo.  

O diabete pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, pode levar à morte. De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, existem atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivendo com a doença, o que representa 6,9% da população nacional.   

A melhor forma de prevenir é praticando atividades físicas regularmente, mantendo uma alimentação saudável e evitando consumo de álcool, tabaco e outras drogas. Comportamentos saudáveis evitam não apenas o diabetes, mas outras doenças crônicas, como o câncer. 

Tipos de diabetes

A doença pode se apresentar de diversas formas e possui diversos tipos diferentes. O Diabetes Melito tipo 1 (DM1) é uma doença crônica não transmissível, hereditária, caracterizada pela destruição das células do pâncreas (beta-pancreáticas) responsáveis pela produção e secreção de insulina, o que resulta em uma deficiência na secreção deste hormônio no organismo. 

O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não aproveita adequadamente a insulina produzida. A causa está diretamente relacionada ao sobrepeso, sedentarismo, triglicerídeos elevados, à hipertensão e hábitos alimentares inadequados. Cerca de 90% dos pacientes diabéticos no Brasil têm esse tipo. 

Pré-diabetes é quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas ainda não estão elevados o suficiente para caracterizar um Diabetes Tipo 1 ou Tipo 2. É um sinal de alerta do corpo, que normalmente aparece em obesos, hipertensos e/ou pessoas com alterações nos lipídios.   

Diabetes gestacional acontece temporariamente durante a gravidez. As taxas de açúcar no sangue ficam acima do normal, mas ainda abaixo do valor para ser classificada como diabetes tipo 2. Esse tipo afeta entre 2 e 4% de todas as gestantes e implica risco aumentado do desenvolvimento posterior de diabetes para a mãe e o bebê. 

Texto: Nayara Oliveira*. Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil.

*Estagiária, sob supervisão de Paulo Schueler.