OTS parabeniza EPSJV/Fiocruz pelos 39 anos de contribuições aos técnicos em Saúde

O Observatório dos Técnicos em Saúde parabeniza a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) pelos 39 anos de fundação completados em 19 de agosto – período este em que a instituição prestou relevantes contribuições às(aos) técnicas(os) em Saúde.

Dentre estas contribuições está a disponibilização de seu Laboratório do Trabalho e da Educação Profissional em Saúde (Lateps) para as atividades de coordenação da estação deste OTS, surgido como parte da Rede de Observatórios de Recursos Humanos em Saúde do Ministério da Saúde (Rede Rorehs) através da Portaria SGTES/MS n° 01, de 11/03/2004.

O Observatório celebra a trajetória desta Escola que, mesmo antes de existir em 1985, já era resultado de um amplo processo de participação popular e promoção da democracia que pulsavam no Brasil.

A EPSJV é ao mesmo tempo fruto e impulsionadora dos processos que geraram a célebre 8º Conferência Nacional de Saúde, a Constituição de 1988 que consagrou saúde e educação como direitos sociais, e o nosso Sistema Único de Saúde (SUS).
A matéria do repórter André Antunes 35 anos de politecnia na saúde, em homenagem ao aniversário da Escola em 2020, traduz este período:

“Em agosto de 1985, na gestão de Sergio Arouca à frente da Fundação, foi criado o Politécnico da Saúde Joaquim Venâncio, como foi chamada inicialmente a EPSJV, passando a ser o órgão da Fiocruz responsável pela formação de profissionais de nível médio e elementar na saúde. Em um primeiro momento, a Escola oferecia cursos supletivos, como era então chamada a educação de jovens e adultos, voltados para trabalhadores da Fiocruz, bem como cursos de formação inicial e continuada para trabalhadores já inseridos nos serviços de saúde, como a oferecida a partir de 1986 para agentes comunitários de saúde por meio de um convênio com a Secretaria Estadual de Saúde do Rio. “Eu chego à Escola em 1986 para trabalhar nesse curso, que era coordenado pela [professora-pesquisadora da EPSJV] Bianca Antunes”, lembra Julio Lima, professor-pesquisador aposentado da Escola. “A preocupação ali não era ainda a formação técnica nos moldes que a Escola tem hoje, mas tampouco era um treinamento. A gente já estava pensando uma formação crítica de agente comunitário de saúde para que, além de atuar como profissionais de saúde, eles tivessem capacidade de contextualizar o seu ambiente e o seu processo de trabalho”, ressalta Lima. Em 1986 a Escola implanta ainda seu primeiro curso técnico, em Registros e Informações em Saúde, coordenado pelo professor-pesquisador da EPSJV Sergio Munck e voltado para trabalhadores da saúde que já haviam concluído o ensino médio. No mesmo ano, a EPSJV passa a coordenar o Programa de Vocação Científica (Provoc) da Fiocruz, função que a instituição desempenha até hoje. O programa, pioneiro na área de iniciação científica para estudantes do ensino médio, tem como um de seus principais objetivos a aprendizagem dos conhecimentos técnicos e científicos a partir da experimentação de práticas de pesquisa.”

O livro Caminhos da politecnia: 30 anos da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, que conta os primeiros 30 anos da EPSJV/Fiocruz, traz estas e outras histórias sobre a Escola – que oferta outros livros para download gratuito em seu catálogo, incluindo títulos de pesquisadoras do OTS, como Márcia Valéria Morosini e Ialê Falleiros Braga.

EPS... Quem é mesmo Joaquim Venâncio?

A EPSJV/Fiocruz tem, em seu nome, Joaquim Venâncio – um dos mais importantes técnicos de laboratório da história da Fundação Oswaldo Cruz. Nascido em 1895 na Zona da Mata de Minas Gerais, numa propriedade que pertencia à família do médico sanitarista Carlos Chagas, mudou-se para o Rio de Janeiro e começou a trabalhar no Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), no qual se dedicou à pesquisa científica, em setembro de 1916, aos 21 anos de idade. Joaquim morou em Manguinhos até sua morte em 1955, e suas contribuições estão marcadas na história da Fiocruz.

Missão e visão de futuro

Reconhecendo aqueles que no passado fundamentaram o caminho para que a EPSJV volte suas melhores energias à valorização das técnicas(os) em saúde, a Escola hoje se define como uma unidade técnico-científica da Fiocruz que existe para promover “ensino, pesquisa e cooperação no campo da Educação Profissional em Saúde”.

Esta é sua missão, “promover a Educação Profissional em Saúde, prioritariamente em âmbito nacional, através da coordenação e implementação de programas de ensino em áreas estratégicas para a Saúde Pública e para Ciência e Tecnologia em Saúde, da elaboração de projetos de política, regulamentação, currículos, cursos, metodologias e tecnologias educacionais e da produção e divulgação de conhecimento na área de trabalho, educação e saúde”.

Em sua visão, a Escola “pretende ser reconhecida pela sociedade brasileira e de outros países como instituição de Estado, pública e estratégica de educação profissional em saúde, pela sua capacidade de promover o ensino, a pesquisa, a cooperação técnica e a difusão de conhecimento, considerando a saúde como direito e o compromisso com a redução das iniquidades e desigualdades sociais e com o fortalecimento do caráter universal do SUS”.

Quem a conhece, como os profissionais deste OTS, não podem deixar de expressar: este reconhecimento é mais que merecido. Parabéns, EPSJV/Fiocruz

 

Jornalista: Paulo Schueler