
Em 18 de dezembro se celebra o Dia da Doula, data que homenageia estas profissionais e destaca a sua importância no trabalho de parto, no parto e após o parto.
No Sistema Único de Saúde (SUS), toda mulher tem direito ao atendimento na gravidez, no parto e após o parto, e pode contar com a rede de atenção à saúde da gestante e da criança, uma política pública de saúde nacional, que fortalecem os seus direitos.
Segundo Nota Técnica do Ministério da Saúde, doulagem é uma abordagem profissional individual e/ou comunitária do ciclo gravídico-puerperal, que soma o apoio físico e emocional à educação em saúde, por meio do suporte à mulher durante a gravidez, o parto e o pós-parto, buscando contribuir com a melhor evolução desse processo e com o bem-estar da gestante, parturiente, puérpera e de sua rede de apoio.
Apesar de o Ministério da Saúde permitir que as doulas integrem as equipes de acompanhamento às gestantes no SUS, a presença delas ainda é reduzida. Em agosto de 2025, este debate ocorreu na Câmara dos Deputados, durante Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Segundo a Agência Câmara de Notícias, as participantes defenderam a contratação destas profissionais, que são essenciais para a humanização do parto e o combate à violência obstétrica.
É profissional qualificada para oferecer suporte contínuo durante o ciclo gravídico-puerperal, que não substitui qualquer outra categoria tecnicamente envolvida na assistência à gestação, ao parto e ao pós-parto (médicos, enfermagem obstétrica/obstetrizes, parteiras tradicionais, psicólogos, fisioterapeutas, entre outras) e nem o acompanhante de escolha da mulher.
A doula é uma trabalhadora que pode contribuir com o cuidado realizado por outras categorias profissionais para auxiliar a suprir a demanda pelo suporte continuado.
Tal apoio pode caber tanto durante a gestação, por meio das ações de educação popular/comunitária em saúde, como no parto e no pós-parto, somando-se ao suporte físico e emocional. Tendo como centro a compreensão de que o ciclo gravídico-puerperal é um momento de protagonismo da gestante, parturiente ou puérpera, a participação da doula nesse ciclo colabora para o cuidado centrado na autonomia dessa protagonista.
Esta atuação é benéfica no âmbito do cuidado integral, na perspectiva da equidade, atendendo às necessidades de quem vivencia o ciclo, em que também devem-se considerar as situações de perdas gestacionais e o acolhimento ao luto gestacional e perinatal. Neste sentido, pode-se afirmar que o trabalho da doula é um exercício que produz o cuidado em saúde, discutido e necessário no âmbito do SUS.
Texto: Nayara Oliveira*. Imagem: Fernando Frazão / Agência Brasil.
*Estagiária, sob supervisão de Paulo Schueler.