
Em 17 de novembro se celebra o Dia Nacional de Combate à Tuberculose, data que busca conscientizar a população sobre a doença, enfatizando a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado para a cura.
De acordo com o Ministério da Saúde, a tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch. A doença afeta prioritariamente os pulmões (forma pulmonar), embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas.
A forma extrapulmonar, que afeta outros órgãos que não o pulmão, ocorre mais frequentemente em pessoas infectadas pelo HIV, especialmente aquelas com comprometimento imunológico.
Apesar de ser uma enfermidade antiga, a tuberculose continua sendo um importante problema de saúde pública. No mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose. A doença é responsável por mais de um milhão de óbitos anuais. No Brasil, mais de 84 mil casos novos são notificados, ocorrendo cerca de 6 mil óbitos anuais.
O principal sintoma da tuberculose pulmonar é a tosse, que pode ser seca ou produtiva (com catarro). Mas além da tosse, outros sintomas são comuns, como a febre vespertina, a sudorese noturna, e o emagrecimento.
No Brasil, o diagnóstico é subdividido em clínico, diferencial, bacteriológico, por imagem, histopatológico e por outros testes diagnósticos. O laboratorial é fundamental tanto para a detecção de casos novos quanto para o controle de tratamento.
O principal objetivo da rede de laboratórios vinculada ao controle da tuberculose deve ser o de detectar casos, monitorar a evolução do tratamento e documentar a cura no fim do tratamento. Para o diagnóstico laboratorial da tuberculose são utilizados alguns exames, como o teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB) ou baciloscopia; cultura; e teste de sensibilidade aos fármacos.
A avaliação clínica também é de suma importância para o diagnóstico, e a realização da radiografia do tórax é indicada como um método complementar para essa análise.
Prevenção e tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS)
A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no SUS, protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. Deve ser ministrada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os 4 anos, 11 meses e 29 dias, e está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e em algumas maternidades.
Para reduzir o risco de transmissão da tuberculose em casa e em locais públicos, recomenda-se manter os ambientes bem ventilados e com entrada de luz solar, praticar a higiene da tosse (cobrindo a boca com o antebraço ou um lenço ao tossir e espirrar) e evitar aglomerações.
Já em serviços de saúde e instituições com espaços fechados ou com alta circulação de pessoas, é essencial adotar estratégias de controle da infecção, incluindo medidas administrativas e gerenciais, ações ambientais e o uso de equipamentos de proteção respiratória.
Já o tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível, exclusivamente, no SUS. São utilizados quatro medicamentos para o tratamento dos casos, que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. A tuberculose tem cura quando o tratamento é feito de forma adequada, até o final.
Uma das principais estratégias para promover a adesão ao tratamento é o Tratamento Diretamente Observado (TDO), que consiste na observação da tomada do medicamento pela pessoa com tuberculose sob a observação de um profissional de saúde ou por outros profissionais capacitados, como profissionais da assistência social, entre outros, desde que supervisionados por profissionais de saúde.
Deve ser realizado, idealmente, em todos os dias úteis da semana, ou excepcionalmente, três vezes. O local e o horário para a realização do TDO devem ser acordados com a pessoa e com o serviço de saúde. A pessoa com tuberculose necessita ser orientada, de forma clara, quanto às características da doença e do tratamento (duração e esquema do tratamento, recomendações sobre a utilização dos medicamentos, eventos adversos, entre outras dúvidas).
A atuação dos profissionais técnicos em saúde
O papel dos profissionais de saúde em apoiar e monitorar o tratamento da tuberculose, por meio de um cuidado integral e humanizado e centrado na pessoa, é muito importante. Os técnicos, por exemplo, atuam em diferentes etapas da prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos pacientes dentro do SUS.
Para um diagnóstico precoce, técnicos de Laboratório são responsáveis pela coleta, manipulação e análise de amostras biológicas, como o escarro, utilizando técnicas de baciloscopia e testes rápidos moleculares para uma pronta identificação.
Técnicos de enfermagem acompanham os pacientes durante o tratamento, monitorando a adesão à medicação, possíveis efeitos colaterais e evolução clínica. Além disso, participam do TDO, em que o profissional garante que o paciente tome os medicamentos corretamente, evitando abandono e resistência bacteriana.
Técnicos em vigilância em saúde fazem o registro, notificação e acompanhamento dos casos, garantindo que as informações cheguem aos serviços de referência. Essa vigilância é essencial para planejar políticas públicas de controle e avaliar a efetividade das ações de saúde.
O trabalho destes profissionais une conhecimento técnico à proximidade com a comunidade, promovendo ações práticas e humanas que salvam vidas e fortalecem o SUS.
Texto: Nayara Oliveira*. Imagem: Tânia Rego / Agência Brasil.
*Estagiária, sob supervisão de Paulo Schueler.