OTS marca presença no I Encontro Ibero-americano de Educação Baseada em Simulação

O Observatório dos Técnicos em Saúde (OTS) marcou presença no  I Encontro Ibero-americano de Educação Baseada em Simulação, evento online que reuniu cerca de três mil profissionais da saúde de diferentes níveis de formação oriundos de 10 países ibero-americanos entre 27 e 29 de novembro. Na ocasião, a coordenadora do OTS Márcia Valéria Morosini fez a apresentação "Quem são os técnicos em saúde"; e a pesquisadora Isabella Koster apresentou a pesquisa “Mapeamentos das(os) trabalhadoras(es) técnicas(os) que atuam na Atenção Primária à Saúde em países da América Latina”.

Além disto, o OTS teve banner exposto no stand virtual da representação brasileira do evento, o que permitiu aos participantes destes países acessarem diretamente o site do Observatório.  

Secretaria-executiva da Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde (RETS) e da Rede Ibero-americana de Educação de Técnicos em Saúde (RIETS), a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) promoveu o encontro com os apoios da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), bem como as colaborações da Rede Nacional de Simulação Clínica da Argentina (ReNaSic), da Federação Latino Americana de Simulação Clínica e Segurança do Paciente (Flasic), das sociedades Chilena de Simulação Clínica e Segurança do Paciente (Sochisim), Espanhola de Simulação e Segurança do Paciente (Sessep), Portuguesa de Simulação Aplicada à Saúde (SPSim), do Serviço Nacional de Aprendizagem da Colômbia (Sena), da Escola Nacional de Saúde da Bolívia (ENS) e da Universidade da República do Uruguai (Udelar).

A íntegra do evento está disponível, nos idiomas português e espanhol, no canal do Youtube da Rede Internacional de Educação de Técnicos em Saúde (RETS).

Na apresentação “Quem são os Técnicos em Saúde?”, Márcia Valéria Morosini fez um breve histórico do Observatório dos Técnicos em Saúde (OTS), criado em 2000 pela EPSJV e que integra a Rede Observatório de Recursos Humanos em Saúde (ObservaRH), instituída pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

“Temos o compromisso ético-político de fomentar pesquisas e estudos que ampliem a visibilidade dos trabalhadores técnicos. Nossa ambição é colaborar para a ampliação do conhecimento sobre essa temática, de modo a subsidiar políticas públicas, pesquisas, projetos formativos e as políticas dos próprios grupos organizados dessas trabalhadoras e desses trabalhadores", afirmou a coordenadora do OTS.

Ainda de acordo com Márcia Valéria Morosini, a relevância em dar visibilidade a este conjunto de trabalhadoras(es) decorre da divisão do social do trabalho em saúde, que sem suas palavras "reproduz a divisão social do trabalho em uma sociedade capitalista de um modo geral. E essas trabalhadoras e trabalhadores, se inserem de modo subalternizado estando fortemente invisibilizados nas equipes, nas instituições e nas próprias políticas públicas”, ressaltou. 

Márcia citou ainda informações publicadas na edição inaugural do Boletim OTS Dados que revelam a contradição de o Brasil contar com uma formação majoritariamente privada na formação de trabalhadoras9es) para o Sistema Único de Saúde (SUS). "Essa formação essa formação é compatível com os princípios e diretrizes do sistema público que pensa a saúde como direito e não como mercadoria, que tem a pretensão de ser universal", questionou a pesquisadora. Por fim, citou a "provocação política sobre a realidade brasileira destes trabalhadores" que representa a concepção ampliada de técnicas(os) do OTS.

Confira a apresentação da Márcia Valéria Morosini  e assista à íntegra de sua fala

Pesquisadora do OTS, Isabella Koster apresentou a pesquisa “Mapeamentos das(os) trabalhadoras(es) técnicas(os) que atuam na Atenção Primária à Saúde em países da América Latina” e destacou que a complexidade do campo de formação de trabalhadores técnicos em saúde ainda não possibilita análises quantos às atribuições e práticas desses profissionais. “A própria diversidade já nos provoca a entender que nomenclaturas e perfis parecidos nem sempre realizam as mesmas práticas e atribuições”, observou ela, destacando também as consequências dessa diversidade. “Por conta dessa variabilidade, encontramos composições de equipe que são muito diversas, inclusive, identificamos a variação dos tipos de vínculos que são encontrados no trabalho e a questão da territorialização”, afirmou.

Assista à íntegra da fala de Isabella Koster

 

Jornalista: Paulo Schueler