Pesquisadoras do OTS apresentam resultado de pesquisa na Rede PMA-APS

Pesquisadoras do Observatório dos Técnicos em Saúde estiveram presentes na Reunião de Encerramento da Rede PMA-APS [Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão à Saúde na Atenção Primária à Saúde] para apresentar os resultados da pesquisa Desafios do Trabalho na Atenção Primária à Saúde na Perspectiva das(os) Trabalhadoras(es). O evento ocorreu nos dias 7 e 8 de maio, no Salão Nobre da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). 

A coordenadora do OTS, Márcia Valéria Morosini; liderou a pesquisa em conjunto com as coordenadoras adjuntas Isabella Koster (também pesquisadora deste Observatório; e Márcia Teixeira, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca/Fundação Oswaldo Cruz). O trabalho contou com a participação das pesquisadoras Carla Cabral Gomes Carneiro e Ialê Falleiros Braga, que também compõem o OTS, além de profissionais dos municípios que fizeram parte do escopo da pesquisa, dos quais Carolina Krieger, de Porto Alegre; e Ana Clara Tupam Newlands e Renato Penha de O. Santos, de Salvador, estiveram presentes no evento de encerramento. O site Trabalho na APS traz os resultados do trabalho. 

Em entrevista ao Observatório dos Técnicos em Saúde (OTS), Carla Cabral Carneiro afirmou que o PMA defende a produção de conteúdos mais acessíveis. “É uma pesquisa que envolve outros atores e não só a academia, traz os trabalhadores para perto, e a partir do resultado constrói produtos com linguagens mais fáceis, menos acadêmicas, para que a gente possa mobilizar mais pessoas além da academia. Eu acho que o principal desafio é se despir da tradicional construção acadêmica de uma pesquisa. Construir para outro público, ao mesmo tempo tentando acumular com o que a gente já sabia fazer”, resumiu. Já a trabalhadora da APS de Porto Alegre Carolina Krieger ressaltou que o PMA lhe permitiu “expandir o conhecimento e entender que existem outras maneiras de disseminá-lo, que não só a via normal. Ele permitiu que abrisse os horizontes, e serviu também como uma maneira de reafirmar as lutas que eu acredito”, afirmou. 

Coordenadora adjunta da pesquisa, Isabella Koster defendeu a relevância de programas como este para a saúde pública brasileira. “A importância é exatamente em aproximar o conhecimento científico e torná-lo um instrumento de mudanças, de políticas públicas”, relatou. Isabella também destacou o método de pesquisa do PMA, que “modifica a forma de fazer ciência no Brasil, normalmente uma produção isolada. O PMA trabalha com o tempo coletivo e tem foco na articulação de ideias”, atestou. 

A Rede PMA-APS 

O Programa de Políticas Públicas e Modelos de Atenção e Gestão à Saúde (PMA), por meio de suas redes temáticas, têm o objetivo de induzir a realização de pesquisas aplicadas no campo das políticas públicas e modelos de atenção e gestão à saúde, além de incentivar a cultura colaborativa na produção de conhecimento e de soluções criativas em saúde pública.  No quadriênio 2020-2024 a Rede PMA-APS, cujo foco foi a Atenção Primária à Saúde (APS), recebeu seu último ciclo de financiamento. A Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), estação de trabalho do Observatório dos Técnicos em Saúde, integrou a rede com a pesquisa "Desafios do Trabalho na Atenção Primária à Saúde na Perspectiva da(os) Trabalhadoras(es). 

Para seu encerramento, a Rede PMA-APS organizou quatro mesas, divididas nestes dois dias de reunião: APS e populações em situação de vulnerabilidade; APS e vigilância em contextos locais, rurais e remotos; Saúde do trabalhador, gestão e financiamentos da APS, com participação de Márcia Valéria Morosini, Carla Cabral Carneiro e mediação de Isabella Koster, pesquisadoras do OTS; e Saúde Indígena. Coordenadora do PMA, Isabela Santos celebrou os resultados das pesquisas apresentadas no evento e pediu que as trocas e articulações entre pesquisadores permaneça. “Essa rede não se encerra aqui. Eu não consigo te contar quantas parcerias a gente fez, são grupos que vão se conhecendo e começam a construir novas parcerias e novos projetos. Então é a sensação de um borbulhar com o futuro que que vai continuar crescendo”, comemorou. 

A íntegra do evento está disponível no canal da Fiocruz no Youtube:  

Assista ao primeiro dia de reunião 

Assista ao segundo dia de reunião 

 

Texto e Imagem: Nayara Oliveira*.

*Estagiária, sob supervisão de Paulo Schueler.