
Anualmente, no penúltimo sábado de novembro, se celebra o Dia Nacional de Combate à Dengue, que em 2025 ocorre neste dia 22. A data busca mobilizar iniciativas do poder público e a participação da população para realizar ações de combate ao vetor da doença, o Aedes aegypti.
A dengue faz parte de um grupo de doenças denominadas arboviroses, que se caracterizam por serem causadas por vírus transmitidos por vetores artrópodes.
Desde 1981 a dengue ocorre de forma continuada (endêmica) no Brasil, intercalando-se com a ocorrência de epidemias, geralmente associadas à introdução de novos sorotipos em áreas indenes (sem transmissão) e/ou alteração do sorotipo predominante, acompanhando a expansão do mosquito vetor.
Aspectos como a urbanização mal planejada, o saneamento básico deficitário e os fatores climáticos mantêm as condições favoráveis para a presença do vetor, com reflexos na dinâmica de transmissão desses arbovírus. A dengue possui padrão sazonal, com aumento do número de casos e o risco para epidemias, principalmente entre os meses de outubro de um ano a maio do ano seguinte.
Prevenção e tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS)
Em 21 de dezembro de 2023, a vacina contra dengue foi incorporada no SUS, colocando o Brasil como o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde.
A vacina entrou no Calendário Nacional de Vacinação pela primeira vez em fevereiro de 2024 e em virtude da capacidade de produção laboratorial a primeira campanha de vacinação atende 521 municípios distribuídos em 37 regiões de saúde do país.
Embora exista o imunizante contra a doença, o controle do vetor Aedes aegypti é o principal método para a prevenção e controle para a dengue e outras arboviroses urbanas (como chikungunya e Zika), seja pelo manejo integrado de vetores ou pela prevenção pessoal dentro dos domicílios.
Quando diagnosticado com a doença, o tratamento é baseado principalmente na reposição de líquidos adequada. Por isso, conforme orientação médica, em casa deve-se realizar: repouso; ingestão de líquidos; não e automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme; retorno para reavaliação clínica conforme orientação médica.
A atuação dos profissionais técnicos em saúde
Os profissionais técnicos em saúde têm um papel essencial e estratégico no combate à dengue. Eles estão na linha de frente das ações que envolvem prevenção, vigilância, controle e orientação da população.
Na prevenção e vigilância, os agentes de combate a endemias e os técnicos em vigilância sanitária e epidemiológica, realizam visitas domiciliares para identificar e eliminar criadouros do mosquito Aedes aegypti. Eles também orientam a população sobre medidas preventivas, como evitar água parada, manter caixas d’água tampadas e descartar corretamente resíduos que possam acumular água.
Agentes comunitários em saúde promovem campanhas informativas em escolas, unidades de saúde e espaços públicos. Por meio da conscientização, ajudam a mudar comportamentos e a fortalecer a participação da comunidade no controle da dengue.
Os técnicos de enfermagem e de laboratório auxiliam na coleta e análise de amostras, monitoram sinais de alerta e prestam cuidados aos pacientes com suspeita ou diagnóstico de dengue, contribuindo para o diagnóstico precoce e o acompanhamento clínico adequado.
Combinando ações educativas, preventivas, assistenciais e de vigilância, estes profissionais garantem a proteção da população e a eficácia das políticas públicas de saúde.
Texto: Nayara Oliveira*. Imagem: Marcelo Camargo / Agência Brasil.
*Estagiária, sob supervisão de Paulo Schueler.