Profissionais técnicos no combate ao câncer de mama

Em 19 de outubro se celebra o Dia Mundial de Combate ao Câncer de Mama, cujo objetivo é conscientizar a população sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento da doença. O mês de outubro é conhecido como "Outubro Rosa" e é marcado por diversas campanhas informativas e de saúde.   

De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de mama e o câncer do colo do útero são dois dos tipos mais comuns entre as mulheres no Brasil;, e o de mama, o mais incidente no mundo. Ele é relativamente raro antes dos 35 anos, mas a partir dessa idade sua incidência aumenta progressivamente, sobretudo após os 50 anos.   

É importante estar atenta aos sinais do corpo, uma vez que os sintomas mais comuns incluem o aparecimento de um nódulo (caroço) no seio, alterações na pele da mama, secreção pelo mamilo e mudanças no formato do seio. O Ministério da Saúde reforça que cerca de 17% dos casos podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis, como a prática de atividade física, alimentação equilibrada e controle do peso, além da redução do consumo de álcool e cigarro. 

A prevenção é uma das armas mais eficazes contra o câncer de mama. Realizar o autoexame regularmente e agendar mamografias periódicas, especialmente para mulheres acima dos 40 anos, são atitudes fundamentais. A detecção precoce aumenta significativamente as chances de cura, com tratamentos menos agressivos e maior qualidade de vida para as pacientes. 

O tratamento através do SUS 

Para o tratamento do câncer de mama, o sistema oferece todos os tipos de cirurgia, como mastectomias, cirurgias conservadoras e reconstrução mamária, além de radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e tratamento com anticorpos.  Ele é feito por meio de uma ou várias modalidades combinadas, a depender da escolha do médico de acordo com a localização, o tipo do câncer e a extensão da doença. 

O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim as chances de tratamento e cura. É importante que as mulheres fiquem atentas a qualquer alteração suspeita na mama.  A detecção precoce pode também ser feita pela mamografia, quando realizada em mulheres sem sinais e sintomas da doença, numa faixa etária em que haja um balanço favorável entre benefícios e riscos dessa prática (mamografia de rastreamento). 

A recomendação no Brasil, atualizada em 2015, é que a mamografia seja ofertada para mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. Essa é também a rotina adotada na maior parte dos países que implantaram o rastreamento do câncer de mama e tiveram impacto na redução da mortalidade por essa doença. 

Os benefícios da mamografia de rastreamento incluem a possibilidade de encontrar o câncer no início e ter um tratamento menos agressivo, assim como menor chance de morrer da doença, em função do tratamento oportuno. 

A atuação dos profissionais técnicos 

Os técnicos em saúde têm um papel fundamental no combate ao câncer de mama, atuando em diversas etapas do cuidado, desde a prevenção e detecção precoce, até o tratamento e acompanhamento das pacientes. 

Na atenção básica, técnicos de Enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) são essenciais na educação em saúde, orientando mulheres sobre a importância do autoexame das mamas, da realização periódica da mamografia e da busca por atendimento médico diante de qualquer alteração. 

Nos serviços especializados, técnicos em Radiologia operam os equipamentos responsáveis pelos exames de imagem, como a mamografia, contribuindo diretamente para o diagnóstico precoce, que é decisivo para o sucesso do tratamento. Os técnicos em Análises Clínicas participam na análise de biópsias e exames, garantindo a precisão dos resultados que orientam o diagnóstico. 

Em conjunto, estes profissionais formam uma rede de cuidado que humaniza o atendimento e fortalece as ações de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). 

 

Texto: Nayara Oliveira*. Imagem: José Cruz / Agência Brasil.

*Estagiária, sob supervisão de Paulo Schueler.