
Como descrito pelo Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren ES), a Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e a qualidade de vida da pessoa, família e coletividade. É a maior força de trabalho do Sistema Único de Saúde (SUS) e a segunda mais numerosa na Estratégia Saúde da Família, na qual se faz presente por meio de três trabalhadores: o enfermeiro, o técnico e o auxiliar. O profissional de Enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais.
Participa, como integrante da equipe de saúde, das ações que visem a satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais que garantam a universalidade de acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência, resolutividade, preservação da autonomia das pessoas, participação da comunidade, hierarquização e descentralização político-administrativa dos serviços de saúde.
Hoje, dia 20 de maio, se celebra o Dia Nacional dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, data que encerra a Semana da Enfermagem. A celebração faz alusão à morte da enfermeira Ana Néri, pioneira da enfermagem brasileira, que faleceu no mesmo dia.
Apesar de não receberem o mesmo reconhecimento dos enfermeiros, os técnicos e auxiliares em Enfermagem são cruciais no funcionamento da saúde pública. Segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), juntos somam 1,8 milhões de profissionais que representam mais de 80% da força de trabalho da categoria.
Como descreve o Observatório dos Técnicos em Saúde, os Auxiliares de Enfermagem realizam atividades auxiliares, de nível médio, no cuidado em âmbito individual, familiar e comunitário, sob a supervisão da(o) Enfermeira(o). São responsáveis pelo preparo do paciente para consultas, exames, tratamentos e cirurgias. Devem observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas de acordo com a sua competência, executar os tratamentos e curativos prescritos e prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente, zelando por sua segurança. Realizam a desinfecção e esterilização de materiais cirúrgicos, bem como cuidados diretos no pré e pós-operatório, entre outras atividades.
Já os Técnicos de Enfermagem desenvolvem atividades de nível médio técnico, junto à equipe multidisciplinar e com a supervisão da(o) Enfermeira(o), que visam à promoção, prevenção, recuperação e reabilitação nos processos saúde-doença em todo o ciclo vital, bem como, participam do planejamento e da execução das ações de saúde.
Considerando as normas de biossegurança, suas atividades envolvem: curativos, administração de medicamentos e vacinas, nebulizações, banho de leito, verificação de sinais vitais, peso e altura, preparo de pacientes para os procedimentos de saúde, instrumentação cirúrgica, cuidados pós-morte etc.
Colaboram também nas comissões de certificação de serviços de saúde, tais como: núcleo de segurança do paciente, serviço de controle de infecção hospitalar, gestão da qualidade dos serviços prestados à população, gestão de riscos, comissões de ética de enfermagem, transplantes, óbitos e outros.
As duas categorias estão em busca de melhorias para a profissão. Os auxiliares encontram-se numa situação de subordinação e precarização em relação ao trabalho e à educação, e lutam pelo reconhecimento profissional e o acesso aos direitos trabalhistas.
Os técnicos ocupam uma posição pouco mais confortável, já que têm um processo de profissionalização mais consolidado. No entanto, ainda são desvalorizados.
Que a data de hoje sirva não só para homenagear a estes profissionais, mas também para lutar por melhorias na profissão e garantia de direitos trabalhistas.
Texto: Nayara Oliveira*. Imagem: Marcelo Camargo / Agência Brasil.
*Estagiária, sob supervisão de Paulo Schueler.