Terapeutas holísticos, em busca de reconhecimento e profissionalização

Em 31 de março, em alguns municípios e estados, comemora-se o Dia do Terapeuta Holístico. No caso do Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a lei 9050, de 8 de outubro de 2020 define que durante todo o mês de março a efeméride deve ser celebrada, com o objetivo de mostrar a importância deste profissional.

De acordo com a Academia Brasileira de Terapias, a Terapia Holística é “uma abordagem terapêutica que considera a pessoa como um todo, integrando aspectos físicos, emocionais, mentais, energéticos e espirituais na busca pelo bem-estar e pela cura. O tratamento é focado na psiquê e na identificação da origem do problema que está causando um desequilíbrio funcional e facilitando que as doenças se instalem.”

Como prevê o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, o Técnico em Terapias Holísticas é habilitado a “executar práticas corporais de descontração e relaxamento; aplicar técnicas de massagens relaxantes e estimulantes; conduzir práticas meditativas/contemplativas e danças circulares; utilizar técnicas oriundas da aromaterapia, cromoterapia, musicoterapia, auriculoterapia, moxabustão e ventosaterapia, entre outras; participar de equipes multiprofissionais em serviços de saúde, e clínicas estéticas".  

Apesar de terem importância na promoção da saúde e bem-estar da população, a profissão sofre com algumas questões, que são pautadas em Nota Técnica do Observatório dos Técnicos em Saúde (OTS). Uma delas é a complexidade da formação. “Este grupo engloba acupuntura, homeopatia, fitoterapia, cromoterapia, aromaterapia, tai chi chuan e meditação, dentre outras práticas, cujas origens e usos são bastante diferenciados entre si, o que pode causar confusão inclusive para o entendimento do que são e impactar em sua regulamentação, em termos de ensino, práticas e trabalho.” 

A formação em Terapias Holísticas não é unificada, o que prejudica e precariza a qualidade do curso técnico. “A formação em técnicas terapêuticas mais simples demanda poucas horas de aulas e algumas mais de prática para a qualificação profissional; já para as mais complexas, o número de horas de aula, de estudos e de estágio prático faz com que a formação se estenda por dois a três anos.” Ministrar a mesma aula para alunos que atuarão em áreas distintas desqualifica a formação profissional. 

Além deste desafio para qualificar a formação, a baixa oferta do curso técnico em instituições públicas, e até em privadas (pauta que foi objeto do Boletim OTS Dados 1), também é um problema enfrentado por esta classe. Os terapeutas holísticos são precarizados desde a formação, até o mercado de trabalho, já que, mesmo com todos os feitos pela saúde, continuam na luta pela profissionalização. 

O OTS se solidariza com estes profissionais em sua busca por melhorias nos âmbitos educacional e profissional.

 

Texto: Nayara Oliveira*. Foto: José Cruz / Agência Brasil

*Estagiária, sob supervisão de Paulo Schueler