
As trabalhadoras e os trabalhadores técnicos representam 48,92% da força de trabalho em saúde. Nos estabelecimentos que atendem ao Sistema Único de Saúde (SUS), ocupam 54,19% dos postos de trabalho.
Os dados constam do trabalho Onde trabalham e onde estudam as(os) técnicas(os) de Saúde no Brasil? (2015 a 2024), apresentado pelos pesquisadores do Observatório dos Técnicos em Saúde (OTS) Carla Cabral Carneiro e João Leal durante o 14º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva.
Os percentuais são baseados em dados do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) referentes à dezembro de 2024, considerados postos de trabalho os vínculos com carga horária mínima de 4 horas.
Os autores também observaram que 50% da força de trabalho técnica do sistema de saúde é composta por trabalhadoras(es) que não possuem regulamentação do trabalho ou da educação em saúde ou sequer possuem formação na área da saúde.
Na apresentação, Cabral Carneiro e Leal analisaram os dados de educação e trabalho das quatro categorias de técnicas(os) em saúde com mais ocorrências no CNES em 2024: Enfermagem, Radiologia, Análises Clínicas e Agentes Comunitários de Saúde.
Na Enfermagem, 87,61% das matrículas foram ofertadas no setor privado, embora 84,75% dos postos de trabalho estavam alocados em estabelecimentos que atendem o SUS.
Quase a totalidade - 99,15% - das matrículas na Radiologia estavam no setor privado, mesmo que 74,97% dos postos de trabalho estivessem em estabelecimentos que atendem o SUS.
O setor publico ofertava 62,36% das matrículas em Análises Clínicas, e 12 pontos percentuais a mais - 74,4% - dos postos de trabalho, em estabelecimentos que atendem o SUS.
Por fim, 99,25% das matrículas de Agentes Comunitários de Saúde estavam no setor público - mas 0,75% em instituições privadas, embora 100% dos postos de trabalho fossem em estabelecimentos que atendem o SUS.
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Onde trabalham e onde estudam as(os) técnicas(os) de Saúde no Brasil? (2015 a 2024)
Jornalista: Paulo Schueler. Foto: João Leal