
Junho é o mês de celebração do Orgulho LGBTQIA+, especialmente o dia 28, data que marca o Dia Internacional. O mês do Orgulho tem como objetivo celebrar a diversidade e promover a luta pelos direitos da comunidade LGBTQIA+, combatendo a discriminação e preconceitos.
O Brasil tem 12% de pessoas adultas que se declaram como assexuais, lésbicas, gays, bissexuais e transgênero (ALGBT), segundo levantamento da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista científica Nature Scientific Reports. Esse percentual corresponde a 19 milhões de brasileiros, de acordo com dados populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Conforme Relatório Técnico da Agenda Mais Sistema Único de Saúde (SUS), esta população, comparada com pessoas heterossexuais e cisgêneras, enfrenta um cenário de discriminação em atendimentos de saúde, por meio de conduta inadequada de profissionais, conotações preconceituosas, atendimentos não humanizados, ausência de acolhimento, negligências de ações e omissão de cuidado.
Ainda ocorrem situações de pessoas LGBTQIA+ sentirem-se reprimidas a procurar serviços de saúde, em decorrência do medo de sofrer violência devido às práticas discriminatórias envolvendo tanto estudantes como profissionais de saúde em todos os níveis, o que resulta no afastamento desta população dos serviços de saúde.
Profissionais técnicos em saúde, como técnicos de Enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde (ACS) estão na linha de frente do atendimento, e têm participação decisiva no enfrentamento à estas doenças, dentro e fora dos equipamentos do SUS.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acesso à hormonização para pessoas trans, incluindo a terapia hormonal e cirurgias de redesignação sexual, como parte do processo transexualizador, por exemplo. O acesso a esses procedimentos se dá através do encaminhamento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Este primeiro contato se dá com os ACS, que devem realizar um atendimento humanizado.
A qualificação de profissionais técnicos em saúde é essencial para que a população LGBTQIA+ sinta-se confortável em realizar acompanhamentos e tratamentos de saúde.
Texto: Nayara Oliveira*. Imagem: José Cruz / Agência Brasil.
*Estagiária, sob supervisão de Paulo Schueler.